Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é comemorado nesta sexta-feira, 25 de julho. A data é um símbolo da resistência, ancestralidade e poder das mulheres negras na batalha contra o racismo, sexismo e todas as formas de preconceito.
A celebração tem suas raízes em 1992, ano em que ocorreu o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas na República Dominicana. Essa ação representou um marco histórico de articulação e reconhecimento internacional. Desde então, o dia 25 de julho passou a ser um símbolo de união, mobilização e visibilidade.
No Brasil, o Festival Latinidades, que está em sua 18ª edição, comemora a data com uma programação especial em Brasília até sábado. Nathalia Grilo, curadora da exposição Alumbramento, enfatiza a relevância do evento para destacar o protagonismo negro:
"Hoje, estou responsável pela curadoria de uma exposição no Museu Nacional da República, localizado na capital do país, um museu concebido por Oscar Niemeyer. Não sei quando teria essa oportunidade sem o convite do Latinidades. "O Latinidades possui um histórico de fortalecimento da nossa trajetória", afirma.
Segundo a pesquisadora Eliane Barbosa, o dia 25 de julho é uma data para reconhecer a presença e a contribuição das mulheres negras na formação da sociedade:
"Trata-se de uma data de grande relevância, uma vez que as Américas foram o continente que acolheu a população negra. Este é o continente da diversidade racial. Comemorar essa data é uma forma de reconhecer a presença das mulheres negras, seu papel essencial na sociedade e a importância de dar atenção e ouvir suas vozes”, enfatiza.
Estruturas de disparidade
Jaqueline Fernandes, diretora do Instituto Afrolatinas, ressalta que o Latinidades evidencia a urgência de combater as estruturas de desigualdade que continuam a impactar profundamente a sociedade brasileira.
Segundo ela, os principais desafios atuais envolvem “políticas públicas eficazes, investimento em educação antirracista, garantia de representatividade nos espaços de poder, valorização da cultura negra e combate à violência institucional. No entanto, também envolve a transformação de mentalidades e a criação conjunta de uma nova ética social e pacto civilizatório.”